top of page

Impressões

de um lugar

Desenvolver um processo fotográfico contemporâneo interativo e experimental na comunidade de Rio Pardo, no município de Presidente Figueiredo (Amazonas), com enfoque no cotidiano das pessoas que lá residiam. Este foi o desafio proposto pelo projeto Visão Pardo, de Ricardo Agum, contemplado pelo Programa Amazônia Cultural, em 2015. O projeto superou, em muito, as expectativas e se transformou num processo de trocas e vivências para todos os envolvidos.

 

A pequena comunidade rural, constituída por sua parte ribeirinha, ayahuasqueira e indígena, grupos coexistentes em uma mesma área geográfica e que a torna ímpar, distante cerca de 130 quilômetros da capital Manaus.

 

O contato constante com a comunidade resultou em imagens fiéis, precisas e coerentes com a proposta feita aos membros da comunidade, não se limitando apenas a um exercício por parte do pesquisador-fotógrafo convidado, mas numa relação construída com fotógrafos, pesquisadores, moradores e técnicos da equipe de organização, ou seja, todos os envolvidos no processo. O resultado foi quase como um reflexo, onde a comunidade se reconheceu. “Percebemos o resultado alcançado do trabalho executado na fala dos moradores da Comunidade de Rio Pardo. A expressão de que o trabalho desenvolvido foi perceptível ao entendimento sensível de seus moradores. Desde o inicio procuramos nos distanciar do registro fotográfico paisagístico e meramente contemplativo, embora seja de grande valia tal expressão. Nossa proposta foi instigar o olhar do outro por meio das imagens. O resultado, exibido na exposição feita na cidade e na brochura, contou com um delicado trabalho de curadoria para que houvesse o tom dialógico entre as imagens selecionadas e o lugar onde foram capturadas.” destaca Ricardo Agum, proponente do projeto.

 

O projeto envolveu, além dos moradores, um número significativo de pessoas que compartilharam a essência da iniciativa de pronto e, com isso, mergulharam no cotidiano da comunidade, no dia a dia de Rio Pardo, antes mesmo de fotografar. A absorção da provocação feita pelo projeto resultou num intenso intercâmbio entre todos, até mesmo dos pesquisadores com experiência em trabalhos em diversas comunidades. O respeito às individualidades e coletividades do lugar se tornou uma marca primordial do trabalho.

 

O apoio de pesquisadores-fotógrafos de várias instituições enriqueceu muito o projeto, proporcionando também a troca de experiências entre importantes e renomadas instituições, como Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD – Fiocruz Amazônia), Laboratório de Situação de Saúde e Gestão do Cuidado às Populações em Situação de Vulnerabilidade (SAGESC), Programa de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), a Editora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), e Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT). Entre os colaboradores, contamos com Sávio Stoco, Leandro Giatti, Alessandra Nava, Rodrigo Mexas, Sérgio de Souza, Danielle Ferreira, Márcio Miranda, Sully Sampaio e Alexandre Sequeira.

Na conclusão de Ricardo Agum, o resultado superou todas as expectativas: “Procuramos nos distanciar do registro fotográfico paisagístico e meramente contemplativo, embora seja de grande valia tal expressão. Nossa proposta foi instigar o olhar do outro por meio das imagens. O livro–catálogo resultante do processo, com tiragem de 1.000 exemplares, contou com um delicado trabalho de curadoria, para que houvesse o tom dialógico entre as imagens selecionadas. O contato constante com os comunitários propiciou, ao projeto, a feitura de imagens rentes ao que nos foi apresentado por eles. Não se tratou apenas de um exercício executado pelo pesquisador-fotógrafo, mas de uma relação construída com as partes interessadas no processo.”

Ricardo Agum na montagem da exposição.

A distribuição das brochuras foi feita para os moradores de Rio Pardo, dando prioridade aos alunos e casas da localidade. Também foram distribuímos para as bibliotecas públicas do Amazonas, assim como centros de pesquisa e estudos, como IFAM e IFRO, além de outras instituições dos estados de Roraima, Rondônia, Pará e Acre. A versão digital está disponível no link abaixo, garantindo assim maior acesso ao resultado do projeto contemplado.

Por Afonso Gallindo - ASCOM/RRN

Assista o vídeo

Acesse o Livro

bottom of page