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BelémI30/11/2016

Um lugar

onde existem 

ASCOM RRN/MINC - 1/12/2013

  O projeto LETRAS Q FLUTUAM é resultado da paixão pela tipografia e olhar atento da tipógrafa e designer Fernanda Martins, paulistana radicada desde 2004 em Belém. Quando ainda recém-chegada na cidade, foi convidada para um passeio de barco e, durante a travessia, identificou nas letras utilizadas para nomear os barcos, elementos comuns à tipografia vitoriana, característica do final do século XIX. Nasceu ali o projeto LETRAS Q Flutuam, um dos contemplados pelo Projeto Amazônia Cultural, em 2013.

  Na primeira edição do edital do Programa Amazônia Cultural, foram inscritos 522 projetos e selecionados 81 destes, dos quais 55 projetos classificados receberam recursos do Fundo Nacional da Cultura para execução de seus projetos. Lançado pela Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC), em parceria com a Representação Regional Norte do MinC (RRN/MinC) e do Fórum de Gestores de Cultura da Região Norte. Nasceu com o objetivo de fomentar, incentivar, valorizar, estimular, fortalecer, capacitar e difundir ações da cultura brasileira na Região Norte do País.

  O investimento do edital neste projeto possibilitou o mapeamento de 70 abridores. No total foram entrevistados 41 mestres, nos municípios de Belém, Abaetetuba, Barcarena e Igarapé-miri. Além da identificação desses artistas e permitiu o registro da expedição de pesquisa em fotos e vídeo, mídias que deram ampla visibilidade à proposta, que consistiu em valorizar o ofício dos abridores, que encontrava-se ameaçado. Esse registro permitiu o desenvolvimento de um vídeo-documentário de dez minutos, dirigido por Fernanda Martins, com imagens de Marcelo Rodrigues, produção de Marbo Mendonça e edição de Joercio Barbalho Junior.

 

ITINERÂNCIA

  Cada cidade pesquisada recebeu uma oficina de abertura de letras ministradas por abridores residentes nas localidades. A procura por vagas nas oficinas foi enorme. Os resultados foram bastante positivos, pois incluíram jovens de várias idades, rapazes e moças. Todas as oficinas tiveram resultados interessantes. Os jovens puderam aprender a técnica tradicional de abrir letras e conhecer as histórias dos artistas de sua cidade.

 

  Além de Belém e Abaetetuba, foi feita ação em Igarapé-miri e Barcarena, com exibição do documentário aos participantes de oficinas educativas, visando garantir o repasse da tradição de abrir letras aos mais jovens, uma das propostas centrais do projeto. A receptividade foi a melhor possível. Os abridores sentiram-se muito orgulhosos e os jovens se sensibilizaram para essa arte. Além disso, aconteceram oficinas para designers em Belém e convites para que as oficinas fossem realizadas em outros países, como a Colômbia, que preparou um evento especial para exibição do documentário. O documentário também foi exibido, posteriormente, no Itaú Cultural em São Paulo (exposição Cidade Gráfica), no meio acadêmico e em ações culturais desenvolvidas tanto pelo projeto como por parceiros. 

 

 “Em Belém aconteceram convites para participar de vários eventos divulgando o projeto, acompanhados sempre de um abridor profissional. Nos demais municípios, o principal desdobramento foi a relação estabelecida com os artistas locais, propiciando a continuidade da divulgação dos seus trabalhos através da venda de letras com função decorativa.” destaca Fernanda Martins, proponente do projeto.

DESDOBRAMENTOS

 O projeto Letras Q Flutuam foi apresentado pela tipógrafa e designer Fernanda Martins, baseado em sua pesquisa iniciada em 2004, foi elaborado a quatro mãos. Juntamente com sua sócia, Sâmia Batista, que também contribuiu nas ações nos municípios. As duas estão à frente da Mapinguari Design, escritório de design que atua na Amazônia com foco no design estratégico e para a sustentabilidade.

 

  “Um dos aspectos mais positivos do projeto foi a valorização do profissional do abridor, tanto por eles mesmos e seus pares como pelas prefeituras, escolas, moradores dos municípios visitados e do público em geral. Após a realização do projeto, observamos que este não somente gerou o reconhecimento pela sociedade belenense sobre o ofício do abridor, como também a apropriação de elementos da linguagem ribeirinha a elementos da cultura pop, como moda, divulgação de shows e festivais, capas de discos. Aplicamos a pesquisa na capa do CD da Dona Onete, cantora paraense, mediando o contato com o abridor e também cedemos as letras que aparecem no encarte do peça, que tem assinatura de Roberta Carvalho. O resultado foi excelente” pontua Sâmia Batista, sócia na Mapinguari e parceira no projeto.

Fernanda Martins e Sâmia Batista - Foto: Divulgação

  A imprensa também recebeu o projeto positivamente e continua dando atenção aos avanços provenientes do projeto. Foi também temas de entrevistas e matérias especiais de televisão, revistas de interesse geral e acadêmicas e eventos diversos, nacionais e internacionais.

 

  Outro ganho decorrente do aumento da visibilidade desse saber tradicional foi aprovação da etapa Marajó junto ao Programa Rumos, do Itaú Cultural, que está em andamento.

Saiba mais sobre o Edital do Programa Amazônia Cultural

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