top of page

Pranto Lunar

BelémI30/11/2016

Selecionado pelo programa Amazônia Cultural, o curta metragem “Pranto Lunar” não somente foi um curta de ficção como trouxe  à tona questionamentos acerca do deslocamento de comunidades indígenas. Com direção de Dheik Praia, o curta de 15 minutos surgiu primeiramente da ideia de gravar um vídeo clipe de uma canção do compositor Pereira, chamada “Índia Lua”, e logo se mostrou mais complexo dando origem ao seu primeiro projeto financiado pelo MinC.  O desenvolvimento do projeto se deu a partir de pesquisas, práticas, intervenções sociais, questionamentos a cerca dos grupos e suas delimitações territoriais, como eles se organizam e estabelecem relações com espaço que ocupam e como forma também de se aproximar de um mundo próximo territorialmente mais distante teoricamente, o mundo das comunidades tradicionais indígenas, assim nasceu o “Pranto lunar”.

 

O filme é um recorte da sociedade atual, onde o índio se resignificou dentro do contexto urbano. Além de abordar o papel da mulher indígena dentro do contexto das comunidades da etnia "Sateré-Mawé", localizada na região do médio rio Amazonas no estado do Amazonas, onde a mulher, muitas vezes, assume papel de líder ou de articulação da aldeia, além de evidencia o êxodo rural indígena que provoca muitas vezes o extermínio étnico, em um movimento não espontâneo, mas sim uma imposição social e política imposta pela sociedade nacional que visa a usurpação dessas terras.

O edital Amazônia Cultural foi lançado em 2013 e foi o primeiro edital do Ministério da Cultura com o objetivo de incentivar projetos de produtores da Região Norte do Brasil. Ao todo, foram inscritos 522 projetos e selecionados 81 destes, dos quais 55 projetos classificados receberam recursos do Fundo Nacional da Cultura para execução de seus projetos. O projeto foi uma parceria da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC), da Representação Regional Norte e do Fórum de Gestores de Cultura da Região Norte. Nasceu com o objetivo de fomentar, incentivar, valorizar, estimular, fortalecer, capacitar e difundir ações da cultura brasileira na Região Norte do País.

DESDOBRAMENTOS

O curta “Pranto Lunar” realizou uma oficina de produção Audiovisual dentro da aldeia Cipià, com duração de uma semana o que rendeu experimentação e vivência aos jovens da aldeia, com isso se tornaram protagonistas de sua própria narrativa. Além da oficina, foi doada uma câmera filmadora, o que rendeu novas experiências fotográficas a aldeia que tem como principal fonte de renda a representação de danças tradicionais para turistas, o que faz com que eles sejam constantes alvos da câmera. Tal ação fez com que eles se tornassem protagonista e não só retratados por seus visitantes.  

“Ter a oportunidade de participar desse processo de construção foi fundamento para a construção de conhecimento de todos os envolvidos, equipe técnica, elenco principal e de apoio, moradores da aldeia cipiá e arredores, mulheres da associação de mulheres indígenas do alto rio Negro (AMARN), moradores da avenida grande circular, no Armando Mendes, entre outros que acompanharam as gravações, posso afirmar todos aprenderam, compreenderam algo”, segundo Dheik Praia.

Por Afonso Gallindo/Comunicação RRN

bottom of page