Durante 3 a 6 de agosto de 2016, acontecerá no Distrito de Nazaré, distante cerca de 200 km de Porto Velho, a XVII Conferência do Comitê Internacional para uma Nova Museologia (MINOM). A escolha da sede foi feita durante a última conferência do MINOM, que aconteceu em Cuba, na cidade de La Havana, em outubro de 2014 e é um marco, por possibilitar a reflexão e a discussão dos rumos da museologia na Amazônia.

  O movimento é amplo, com histórico reflexivo e ativo. No ano anterior, 2013, a conferência aconteceu na Cidade das Artes, Rio de Janeiro, durante a 23ª Conferência do Conselho Internacional de Museus. O evento foi aberto no Museu da República, Rio de Janeiro, com as falas dos representantes do Museu de Favela (MUF), Museu da Maré e Ecomuseu Nega Vilma, Santa Marta, sobre suas experiências museológicas e foi, segundo seus organizadores, paradigmático. Nele foi produzido o terceiro documento do MINOM, algo que só acontecera em 1972, em Santiago do Chile, e em 1984, em Quebec (Canadá). Sob esse espírito, o próprio MINOM seria fundado no ano seguinte, 1985, em Lisboa, Portugal.

 

  A origem da reflexão acerca da necessidade de mudanças aconteceu dentro do contexto social existente na década de 60 na França, provocado pelo forte questionamento e mudança da época. Em maio de 1968, um grupo de profissionais de museus organizaram-se espontaneamente, para contestar os museus, até então considerados “instituições burguesas”. Estudantes chegam a reclamar a supressão de todos os museus e a dispersão das suas coleções por espaços da vida quotidiana. Fazia eco as declarações proferidas por alguns diretores de “Casas de Cultura” francesas que, depois de uma reunião conjunta, afirmavam a sua recusa pelo “público”, declarando que em exclusivo reconheciam interesse pelo “não-público”, ou seja, por aqueles que tradicionalmente não frequentavam os museus. Iniciava-se ai um movimento mundial, ora reflexivo, ora critico, do conceito museológico. Uma das contribuições do movimento foi o surgimento da palavra “ecomuseu” criada por H. de Varine-Bohan para traduzir um conjunto de novas ideias desenvolvidas por G. H. Rivière.

 

  Entre os principais objetivos da Conferência em Porto Velho, destacam-se: fortalecer práticas tradicionais e memória dos povos e comunidades que vivem na região do Baixo Rio Madeira; criar meios para discutir como o patrimônio e a memória dos povos ribeirinhos podem contribuir com a melhoria das condições de vida e a garantia de direitos da comunidade de Nazaré e seu entorno; e colaborar com a comunidade ribeirinha de Nazaré, apostando na troca de ideias, na construção de conhecimento conjunto, para a articulação do primeiro museu ribeirinho do Estado de Rondônia, tendo como base os pressupostos da museologia social.

 

  Segundo os organizadores do evento que acontece no mês de agosto em Nazaré este ano, o destaque o será de sediar o primeiro museu ribeirinho do Estado de Rondônia, que tem como base os pressupostos da museologia social. A iniciativa parte da comunidade com apoio da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), por meio do Programa de incentivo a Extensão Universitária (PROEXT), que é financiado pelo Ministério da Educação (MEC).

  A Conferência é uma realização do MINOM, em parceria com a UNIR, através da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (PROCEA) e dos Departamentos de Arqueologia (DARQ), Artes (DArts) e Ciências Humanas (DCS); com a Fundação Cultural e com a Secretaria de Educação do Município de Porto Velho; e com a Secretaria de Assistência Social e a Superintendência de Cultura do Estado de Rondônia e é destinada a membros do MINOM, profissionais e estudantes de graduação em Museologia, Artes e áreas afins, e representantes das comunidades locais e dos movimentos sociais.

 

  Confira a programação completa da XVII Conferência Internacional do MINOM no site da UFIR. Para mais informações, está disponível o endereço eletrônico xviiconferenciaminom@gmail.com

*As inscrições para participar do evento estão encerradas, pois foram realizadas de 10 de maio a 11 de junho de 2016.

 

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Fontes:

• UNIFIR. Site acessado dia 2/2/16. http://www.unir.br/index.php?pag=noticias&id=20241

• Nova Museologia: os% pontapés de saída de uma abordagem ainda Inovadora, artigo de Alice Duarte. Acessado em 2/2/16. http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/viewFile/248/239